
Se a gente reparar, o rádio não é egoísta como os outros meios. Eles exigem muito mais da nossa atenção. Ver TV sem som não tem muita graça, e não dá para jogar xadrez e ver TV ao mesmo tempo. Ou você perde o beijo da novela ou perde a rainha. O computador toma conta dos seus olhos, das suas mãos e cada vez mais dos seus ouvidos. Tudo bem, você vê um outdoor enquanto dirige. Mas o rádio deixa você fazer quase tudo o que quiser enquanto escuta.
Certo, hoje existem os podcasts ou as rádios online. Mas o que eles têm de tão diferentes? As revistas ganham formatos, papéis diferenciados, as rugas e gordurinhas ganharam o Photoshop, é possível hoje ver traquitanas que fazem a página cheirar, piscar, buzinas. Os jornais, sempre mais conservadores, ganharam cores e vida. Na televisão há um mundo de revoluções, onde não se sabe mais o que é real e o que é pós-produção em 3D.
Tudo cada vez mais high definition, cheio de efeitos e ousadias. Isso sem falar que daqui uns três dias não saberemos mais o que é computador, TV ou celular. Já o nosso velho amigo rádio, continua praticamente o mesmo, sem cheiro, sem cor, sem efeitos especiais. Mas com tudo isso ao mesmo tempo, consegue que a mensagem seja cúmplice do ouvinte.
O rádio não é uma arma de comunicação poderosa. Sem contar que é mais fácil de produzir, mais rápido e barato que muitos outros meios. Onde mais produzir um jato supersônico em ação custa o mesmo que uma bicicleta? Pontos positivos não faltam. O rádio é moderno sim. É só perceber como ele atravessa todas essas revoluções e tentações seguindo firme e imponente nos seus tímpanos. O rádio ainda vai longe, mas paramos por aqui para economizar pilha.
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